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Matéria publicada na Revista Veja em 22 de outubro de 1997

Cidades em revista

O Museu do Cartão-Postal mapeia
as mudanças da vida urbana no Brasil

Cândida Silva e Celso Masson
 
Colecionar cartões-postais é como guardar épocas dentro de um baú. Por meio deles é possível saber como variaram, com o passar dos anos, as roupas, os costumes, a arquitetura e os pontos turísticos das cidades. Na Europa, os cartões-postais constituem um material bastante utilizado no estudo de várias disciplinas, principalmente história e arquitetura. No Brasil, salvo algumas iniciativas pioneiras. Gilberto Freyre fez um estudo sobre o ciclo da borracha na Amazônia usando como ponto de partida postais enviados por imigrantes , o cartão-postal ainda é pouco valorizado. Essa situação está mudando, felizmente. Nesta semana, no quarteirão cultural do Pelourinho, em Salvador, será inaugurado o primeiro espaço oficial dedicado ao assunto. É o museu Tempostal, que reúne um acervo de 30.000 cartões coligidos por um único colecionador, o cartofilista Antonio Marcelino do Nascimento.
O acervo foi comprado pela Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia por 120.000 reais. O mais antigo cartão da coleção data de 1898 e mostra um marco arquitetônico de Salvador, o Elevador Lacerda, construído para ligar as cidades alta e baixa. O mais recente, de 1992, retrata o Largo do Pelourinho depois da reforma. O forte da coleção é exatamente esse: as estampas urbanas. São 10.000 cartões que mostram Salvador, São Paulo, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e muitas outras cidades em várias épocas. Observá-los em conjunto é mapear o crescimento e as mudanças nas cidades brasileiras. Para os especialistas, o cartão-postal é um dos melhores meios para estudar esse processo. "No Brasil, as cidades passaram por várias transformações em pouco tempo, e os registros fotográficos dos jornais são ruins", diz Benedito Lima de Toledo, professor de história da arquitetura brasileira na Universidade de São Paulo. Ele próprio é autor de vários livros sobre a cidade de São Paulo ilustrados por postais.
Ir ao museu baiano pode ser um exercício de saudosismo. Há desde velhos casarões já demolidos até bondes puxados por burros em avenidas hoje tomadas por engarrafamentos. Um deles mostra o Rio visto do alto do Corcovado numa época em que não havia prédios de apartamentos diante da orla marítima nem favelas. Um retrato da Ponte Nove de Julho, em São Paulo, revela uma cidade sem trânsito. Belo Horizonte, flagrada em outro postal, é um exemplo de limpeza. Outra coisa interessante que pode ser detectada através do acervo são as mudanças, ao longo dos anos, nas imagens chamadas de "cartões-postais" das cidades. Copacabana, chique nos anos 30, foi trocada pelo Redentor, depois pelas praias de São Conrado e Barra da Tijuca, que aparecem nos cartões mais recentes. A Estação da Luz, símbolo do progresso de São Paulo há 100 anos, perdeu o charme antes mesmo de se tornar um camelódromo. Sem natureza exuberante, São Paulo cultiva a imagem de selva de pedra desde o início do século. Datam dessa época os postais dedicados a grandes obras de engenharia, como o Viaduto Santa Ifigênia, o Teatro Municipal e, mais recentemente, o Edifício Itália.
Lotes temáticos No capítulo "vida cotidiana", destacam-se na coleção os primeiros postais de Salvador, feitos no final do século passado pelos fotógrafos Gaensly, inglês, e Lindemann, alemão. Eles fizeram várias fotos mostrando o povo nas ruas. Como a população da cidade, já naquela época, era majoritariamente de negros e mulatos, as fotos provocaram irritação na elite local. Em represália, foram contratadas vedetes de acordo com os padrões da época (brancas e gorduchas) para posar junto aos monumentos históricos da cidade. Os novos postais foram enviados à Europa como "desagravo" à Bahia. Omitindo-se apenas um detalhe: as tais vedetes eram todas alemãs, inglesas ou espanholas. Detalhes como esse fazem do postal um interessante objeto de estudo. O biblioteconomista Antonio Miranda, professor da Universidade de Brasília e autor do livro O que É Cartofilia, tem a maior coleção do país, com 200000 postais. A partir dela, está montando uma base de dados sobre o cotidiano e os costumes das cidades brasileiras em décadas passadas. "O cartão-postal antigo foi para o seu tempo a forma de comunicação mais democrática, que atingia todas as camadas sociais", diz.
Antonio Marcelino, o colecionador que vendeu seu acervo ao museu baiano, começou a juntar postais no final da década de 40 e chegou aos 30000 cartões com a ajuda de muita gente. Até o escritor Jorge Amado achou por bem engordar a coleção, deixando aos cuidados do cartofilista os postais que tinha em casa. Seguiram-se doações de famílias importantes da cidade, cujos sobrenomes aparecem, como destinatários ou remetentes, em muitos dos postais de Marcelino. Todo o acervo ficou seis meses sendo higienizado antes de virar peça de museu. A catalogação ainda não terminou, mas já se decidiu que a exibição será por lotes temáticos, até porque não é possível ver tantos cartões de uma só vez. A mostra inaugural prioriza imagens de Salvador.
A partir da primeira semana de novembro, a Bienal de Arquitetura de São Paulo terá uma sala dedicada a mostrar a importância do postal no estudo da história do urbanismo. Para as comemorações do centenário de Belo Horizonte, que acontece em 12 de dezembro deste ano, o governo de Minas Gerais, através da Fundação João Pinheiro, irá editar um livro com reproduções de 270 cartões, mostrando a cidade nos seus primeiros cinqüenta anos. O primeiro postal retratando Belo Horizonte é datado de 1902. O material está sendo organizado pelo historiador Otávio Dias Filho. Outro colecionador, Rogério Matarazzo, instalou uma página na Internet em que divulga postais brasileiros. Inaugurado em junho deste ano, o serviço já recebeu quase 4000 visitantes.
Revista Veja - 22 de outubro de 1997
São Paulo - Panorama do Anhangabaú no início do século XX (ao fundo o Prédio da Light, o Teatro Municipal e o Hotel Esplanada). Postal - Cortesia de Paulo E. S. de Almeida
 

JORNAL DA CIDADE - POÇOS DE CALDAS

INTERNET - Site traz fotos antigas da estância

O site "Old Postcards From Brazil" oferece a possibilidade do internauta ter acesso à cartões postais e fotos antigas de países europeus e de três localidades do Brasil: Poços de Caldas, Rio de Janeiro e São Paulo. O acervo da página eletrônica conta com seis postais antigos da estância, que podem ser copiados por qualquer pessoa.


FOTOS
Os postais trazem alguns locais conhecidos da cidade, como a rua Junqueiras no ano de 1914, com árvores ainda em fase de crescimento, rua de terra batida e casarões típicos da época. Há também um registro interessante da praça Senador Godoy, em 1915, ainda sem a formação paisagística que a caracteriza (atualmente se chama praça Pedro Sanches).


A Casa Moreira Salles, que deu origem ao Unibanco, também é mostrada pelo site, em registro de 1915. O belo casarão de dois andares era localizado na esquina das atuais ruas Prefeito Chagas e Assis Figueiredo.
Uma fonte de águas sulfurosas, identificada na época como águas virtuosas, em 1920, por volta de 1920. Há ainda duas fotos panorâmicas, uma delas mostrando as praças Princesa Isabel e Dom Pedro II, e outra da parte sul do balneário dos Macacos, ambas registradas em 1915.

Fonte: Jornal da Cidade - 02/05/2005

A História do Cartão-Postal

O cartão-postal surgiu no século 19 e, apesar de existirem algumas versões sobre sua origem, a mais correta parece ser a que atribui a um professor de economia vienense chamado Emmanuel Hermann, da Academia Militar Wiener Neudstadt no que, na época, era conhecido como Império Austro-Húngaro. A sua idéia foi bem recebida de tal forma que em 1 de outubro de 1869 foi lançado o primeiro postal ( Correspondenz Karte ), encarado como uma solução barata e eficaz para o envio de mensagens breves e rápidas e, por consequência, aumentar o tráfego postal, gerando um lucro maior para o serviço de correios local.
O postal conforme foi criado por Hermann tinha o formato muito próximo das dimensões hoje existentes, mas era todo branco e não continha ilustrações, o que ocorreu posteriormente na França reconhecida como sendo a origem dos postais ilustrados. Seu criador foi um livreiro de nome Léon Besnardeau, residente na cidade de Sillé-le-Guillaume. Tudo teria ocorrido em função da guerra Franco-Prussiana quando, nas imediações ficaram acampados cerca de 40000 soldados, saudosos de suas casas e ansiosos por enviar informações de seus entes queridos. Foi quando o engenhoso livreiro teve a idéia de recortar pequenos retângulos de cartolina, aplicando imagens com motivos militares e servindo como postal. Sua invenção foi um grande sucesso e é basicamente o cartão postal que hoje utilizamos.
No Brasil o cartão-postal surgiu em 28 de abril de 1880, conforme indica o Decreto de NÂș 7695, a partir de uma proposta do Conselheiro Manuel Buarque de Macedo, Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. O responsável pela Direção da Repartição dos Correios era Luís Plínio de Oliveira, cargo que ocupava desde 1865.
A difusão do postal marcou o início de uma alternativa mais rápida e ágil de comunicar, diminuindo as distâncias e permitindo que as pessoas passassem a ter conhecimento de lugares longinquos e maravilhosos.
Inicialmente eles constituíam monopólio oficial mas, com o passar dos anos empresas privadas passaram a ter autorização para imprimir cartões postais. Utilizando selos podiam circular pelos correios, como correspondência, o que estimulou sobremaneira o seu uso. Permitindo a impressão dos mais variados tipos de gravura tornaram-se cada vez mais atraentes. Inicialmente essas ilustrações não preenchiam a totalidade, de forma a permitir que as mensagens fossem escritas.

 
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